Meu bebê tem refluxo, devo me preocupar?
- Amanda Denari
- 15 de mai. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 17 de mai. de 2023
Essa é com certeza uma das perguntas que mais chegam no consultório, principalmente das mamães de primeira viagem...
O refluxo é um problema comum, é completamente aceitável que seu bebê regurgite algumas quantidades após as mamadas, que ele não consiga conter todo o leite no seu estômago. Afinal, além do estômago ser super pequeno ele é também “imaturo”.

Todo o sistema que trabalha para a digestão ainda está aprendendo a funcionar, desde estímulos neurais até químicos e mecânicos (como por exemplo as válvulas responsáveis por isso). O que não é normal e não deve ser negligenciado é o desconforto que o refluxo pode gerar, e em casos mais graves o não ganho de peso dessa criança.
O tratamento convencional inclui medicamentos, mudanças de postura para amamentar, posturas para dormir e alguns outros manejos, mas muitos pais procuram alternativas mais naturais e menos invasivas, e aí entra a osteopatia!
A osteopatia é um método de avaliação e tratamento que utiliza o toque suave para identificar e corrigir desequilíbrios no corpo.
Mas como assim um bebê possui tensões e alterações corporais? Acreditem, eles apresentam muitas tensões. Já parou pra pensar como é difícil se desenvolver em um espaço diminuído com pouca mobilidade? E pra nascer então a dificuldade que é? (Independente da via de parto).
Não existe uma regra e nem receita de bolo para o tratamento osteopatico nos bebês com refluxo, cada caso é único e encontramos diferentes alterações. Mas é comum encontrarmos alterações a nível de diafragma (músculo altamente relacionado com o esfíncter do estômago e o controle de pressão abdominal, a níveis torácicos e cervicais (relações com as inervações de estruturas importantes para tal caso) e a nível craniano, onde temos o nervo vago responsável pelo controle do bom funcionamento da digestão.
O osteopata precisa entender também o funcionamento da mamada para avaliar se ela está impactando no refluxo (pois sim, a digestão começa desde a boca), precisa entender se o refluxo é mecânico ou de origem química. E acima de tudo trabalhar em equipe juntamente com o pediatra, fonoaudiólogo quando necessário, consultor de amamentação, gastropediatra para em conjunto analisarem a melhor conduta para a família.
É válido lembrarmos também que as orientações e exercícios para casa são de suma importância.
Algumas orientações básicas mas que podem ajudar e muito são manter o bebê em posição vertical durante a mamada e após, em torno de 15 a 20 minutos para ajudar na digestão, evitar movimentos bruscos após as mamadas , evitar roupas e fraldas apertadas que podem pressionar a barriga do bebê aumentando o desconforto. Em alguns casos vale investigar também alergias alimentares que podem estar causando e/ou aumentando o refluxo nessa criança.
É importante ressaltar que a osteopatia não substitui o tratamento convencional e deve ser realizada por um profissional qualificado e experiente. Além disso, é necessário acompanhar de perto a evolução do bebê e avaliar regularmente a necessidade de ajustes no tratamento. Com um cuidado integral, é possível reduzir os sintomas do refluxo em bebês e proporcionar mais conforto e bem-estar para a criança e para a família. Visto que o refluxo pode impactar no sono, na irritabilidade, no ganho de peso e na energia dessas crianças para as aquisições motoras.
Mas se meu bebê regurgita, não apresenta desconforto, o ganho de peso está ok? Chamamos esse bebê de regurgitador feliz. Às vezes vale a pena uma avaliação dependendo da frequência e da quantidade da golfada. Porém geralmente esses casos melhoram conforme a maturidade do sistema gastro digestivo vem acontecendo.
Olhe com carinho para o seu bebê e se atente aos sinais, é possível ajudar o seu filho e assim melhorar a qualidade de vida dele e da sua família.
Escrito por Amanda Denari Fisioterapeuta e Osteopata
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